Uma dúvida muito comum entre os gestores de instituições de saúde é investir em uma equipe de engenharia própria ou terceirizar esse serviço? Fiz aqui umas reflexões, organizando os prós e contras de ambos os modelos para dividir minhas impressões com vocês.
O primeiro ponto a ter em mente é que, mesmo investindo em profissionais muito qualificados em engenharia clínica, para que eles exerçam plenamente e com excelência as suas funções, é imprescindível provê-los com diversas ferramentas como analisadores e calibradores, para citar alguns, que demandam altos investimentos.
É preciso avaliar se a instituição pode adquirir esses equipamentos e prover a equipe interna com instrumentos fundamentais para o trabalho. Pela minha experiência, os hospitais preferem fazer investimentos em infraestrutura e equipe médica para melhorar o atendimento ao paciente, pois esse é o objetivo principal do negócio.
Por outro lado, é sempre bom ter um profissional de engenharia clínica dentro da instituição, que possa resolver questões imediatas.
O modelo híbrido
O modelo ideal, pelo que entendo, é que a instituição de saúde tenha um engenheiro clínico qualificado residente ou uma equipe enxuta, a depender do porte da empresa, e possa contar com o apoio de uma empresa terceirizada. Para as empresas terceirizadas, o investimento nos equipamentos é uma prioridade e os custos se diluem porque há uso nas diversas instituições atendidas.
Juntas, as equipes internas e terceirizadas, podem realizar um trabalho de excelência que garanta o controle do patrimônio da instituição, o minucioso mapeamento dos equipamentos, a adoção dos padrões de segurança, o gerenciamento de custos e riscos e a atualização do corpo clínico com constantes treinamentos. Com um trabalho em conjunto, a troca entre esses profissionais pode ser muito produtiva, com acompanhamento dos indicadores de desempenho e informações precisas para subsidiar a tomada de decisões importantes, como a substituição ou compra de equipamentos, priorizando as melhores escolhas do ponto de vista de economia e excelência no atendimento ao paciente. É importante que na hora de contratar a equipe terceirizada, a instituição leve em conta a qualificação do quadro de profissionais que estará disponível para o atendimento, o tratamento que a empresa dá às informações (sistemas informatizados são importantes para garantir a precisão) e, por último, mas não menos importante, o envolvimento do time terceirizado na busca das melhores soluções, sempre. Eu digo para a minha equipe que é preciso vestir a camisa do cliente. É um ponto subjetivo, mas deve ser levado em consideração e diz muito sobre a qualidade dos serviços prestados.