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Usina de oxigênio medicinal nos hospitais: prós e contras

Ter ou não ter usina de oxigênio medicinal é um dilema para hospitais. Com a pandemia de Covid-19, o assunto ganhou atenção dos profissionais de saúde e do público em geral. Há, inclusive, o Projeto de Lei (1069/21) que obriga as unidades hospitalares e de saúde que possuem leito de internação a instalar suas próprias usinas. Os autores da proposta defendem que a medida poderia prevenir situações calamitosas como a vivida pelos habitantes de Manaus, em janeiro de 2021, no pico de internações provocadas pelo novo coronavírus.

O fato é que instalar uma usina própria de oxigênio medicinal tem seus prós e contras e a engenharia clínica pode contribuir para a tomada de decisões fazendo avaliação  criteriosa de vários aspectos. Primeiro, é importante falar das formas de fornecimento de oxigênio medicinal às unidades hospitalares. São duas: uma é a instalação das usinas no próprio hospital, a outra é o tanque criogênico. Nesse método, amplamente utilizado, tanques são instalados nos hospitais e empresas especializadas transportam o gás em estado líquido a temperaturas muito baixas para abastecê-los.

Decisões precisam ser tomadas com base em análise criteriosa

A recomendação sobre ter usina, tanques criogênicos ou uma combinação de ambos os sistemas de fornecimento de oxigênio medicinal depende de variáveis como localização do hospital, porte do hospital, tipo de atendimento realizado.

Instalar uma usina de oxigênio medicinal demanda altos investimentos iniciais e, além disso, é preciso construir um sistema bem planejado e monitorado para que não haja formação de água na tubulação, inviabilizando o uso do gás. É recomendado, também, em caso de usina própria, que haja uma equipe de engenharia clínica qualificada responsável por manutenção e controles.

A usina de oxigênio medicinal é altamente recomendada em unidades hospitalares situadas em locais de difícil acesso, pois a logística de transporte para abastecimento de tanques criogênicos pode falhar ou ser muito cara, deixando o hospital sem condições de atendimento. Também é importante para grandes hospitais que podem enfrentar problemas de altíssima demanda. É possível ter uma usina de oxigênio medicinal em stand by para utilização em casos extremos ou deixar tanques criogênicos em stand by para essa finalidade. Tudo é uma questão de entendimento da situação de cada unidade hospitalar e de estimativas de custos. Engenheiros clínicos podem e devem ajudar seus clientes a avaliar as possibilidades e dimensionar a demanda e os investimentos em oxigênio medicinal focando sempre na excelência do atendimento aos pacientes.